ESCULPO

ESCULPO

Ha uma tocha incendiaria de sons

de tons de sombras

Num corpo que arde , e se faz ferida

sangrenta

Descompassada saio de dentro de

mim, me vejo

Alquebrada, craque lada, do nada

me refaço

Roxo, ambíguo devastado, esculpo

um novo rosto

Pelos janeiros de nevoeiros e ilusões

vou pelas sombras

Eu que gosto das cores do arco-íris

do colorido

Refletido na ires cor das matizes de

sua palheta

Volupia encantada, dos lábios que quer

beijar se saciar

Do orvalhar da sua boca, do úmido do

cio da inocência perdida

Das memorias antigas, da juventude

dos amores passados

Saudade que condena os atos, de antes

e os de agora

Se pelo menos o amigo me fosse fiel

me preservasse

Escreveria seu nome, no peito na carne

bem tatuado

Viveria contigo, como se comigo já não

estivesse

Perolas catadas para adornar pele rosada

aveludada que outrora foi

ADELE PEREIRA

04/12/19

adele pereira
Enviado por adele pereira em 04/12/2019
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