Poesia de um coração triste.

São tempos difíceis.

Tempos onde a dor se faz presente e constante.

Mas são tempos difíceis.

Onde no jardim da existência todas as flores da esperança morreram.

Caminho por ruas e lugares sombrios.

A luz já parece não mais existir.

Enquanto alguns insistem em não ver.

Pessoas se perdem a todo momento.

Olhares perdidos na imensidão da escuridão.

Já não há sonhos.

É como se algo tivesse se quebrado.

Como se já não houvesse paz.

Será que houve paz algum dia?

E enquanto alguns insistem em não ver além do próprio umbigo.

Tudo perece no reino das ilusões mortas.

A inocência de acreditar num mundo melhor para todos me foi tirada.

Sempre me senti roubado, excluído e assassinado no direito de viver.

Mas hoje tudo ficou pior.

O céu escureceu.

E a verdade ganhou vida aos meus olhos.

Vi a mão que se atirou sobre meu corpo débil e me jogou na calçada para sangrar e morrer.

Vi pessoas ao redor verem meu corpo covardemente espancado e não fazerem nada para ajudar.

Aqueles que deviam garantir a segurança de todos riram da minha desgraça, pois me trataram como uma categoria de pessoas que não merece viver.

Que tipo de sociedade é essa onde existe categorias de pessoas que não direito a nada?

Por que mataram a empatia?

Ou será que ela, a empatia, nunca existiu nesse país?

Mas são tempos difíceis.

Onde impera o ódio.

Negam as diferenças como se assim elas deixassem de existir.

Num país tão misturado tentam matar a diversidade

Arrotam ofensas por todos lados e clamam por um passado escuro e violento.

Se refugiam na hipocrisia de um discurso doente.

Espalham o ódio por toda parte.

Falam de um Deus demente que escolhe a quem amar.

Como se houvesse um Deus capaz de discriminar e apontar quem deve ou não ser amado.

Mas são tempos difíceis.

Onde se prega o fim de coisas que lutamos tanto para conquistar.

E em nome da paixão pelo absurdo exaltam armas e violência.

Fazem isso em nome de um Deus, que teve seu filho morto de forma violenta.

Pode haver insanidade maior?

Pregar o ódio em nome de um Deus que teve seu filho morto em nome da intolerância?

São tempos absurdos, onde a demência apodrece os corações e corrói a mente, desintegrando completamente o desejo por igualdade.

Tudo é feito em nome de interesses de grupos particulares.

Tudo é feito em nome do eu.

Como se existissem categorias de pessoas que merecem tudo e outras nada.

O amor ao eu e ao individual vence o desejo de uma sociedade melhor para todos.

Enquanto isso a escuridão reina.

Em meio a hipocrisia e a exaltação ao absurdo.

Pois em nome da paixão pelo absurdo exaltam armas e violência.

Fazem isso em nome de um Deus, que teve seu filho morto de forma violenta.

Pode haver insanidade maior?

Pregar o ódio em nome de um Deus que teve seu filho morto em nome da intolerância?

Pode haver escuridão maior, do que uma sociedade onde reina o absurdo, a hipocrisia e a desumanidade?

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 28/11/2019
Reeditado em 29/11/2019
Código do texto: T6805552
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