Coração Inerte

Avança alta madrugada

A melodia mais profunda

Não me desperta saudade

Apenas o vazio invade meu ser

Vasculho a memória em busca de lembranças

Contudo, não há nada a lembrar

Vasculho o coração em busca de sentimento

Não há nada para sentir

Apenas um enorme vazio

Vasculho meu corpo em busca de emoção

E tudo se mantém inerte. Estático - Apneia total

Nenhuma pulsação, nenhuma euforia

Nenhuma reação

Será que ainda reviverá esse coração?

Será que ainda voltará a sentir emoção?

Se anseio por isso? Não mais!

Todo o anseio dissipou com o vento

E a velha busca cessou com o tempo

Buscar o inalcançável minou minha energia

A busca incansável extinguiu minha euforia

E nada mais fragiliza esse coração de diamante

Nada abala a rocha que se forma recalcitrante

Não há como ressuscitar o que se foi

Enfim, o vento toca a leve folha seca

Como entoava a antiga canção

Se isto me entristece? Não mais... Não, não!

Tornei-me racional, menos coração

Endurecida, enfurecida, realizada

Completamente inerte a emoção

Chirles Oliveira
Enviado por Chirles Oliveira em 11/11/2019
Reeditado em 05/03/2023
Código do texto: T6792692
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