Última vez
Parece que foi a última vez...
Nada de revés...
Em que vi o meu olhar.
Antes iluminado...
Em um corpo caído.
Falta de ar...
E agora enegrecido pela luz cinzenta,
Que emergi pela porta,
Que vai embriagando todos os sentidos.
Seguindo em labirintos... Perdidos.
Parece que foi a última vez...
Nada de revés...
Em que desejei que tudo mais fosse diferente,
Nada encontro pela frente.
Mas o que acontece é o contrário,
Daquilo que um dia quis pra mim.
Sem razão e nem porque, erro primário.
O nada que não tem fim.
Não me conte as suas boas novas...
Palavras que transcendem a falsa felicidade.
Maldades caindo feito luvas,
O que vejo aqui é outra realidade.
Aniquilando os meus sonhos,
Amassando como rascunhos.
Tudo é sombrio...
Feito um morto rio.
Apenas uma densa e completa escuridão...
Reinando a vasta solidão.
Sei que posso ser maior do que tudo isso,
Comigo tenho esse compromisso.
Mas nem sempre o bem vence o mal,
A verdade é outra, nada natural.
E nunca acontece como os contos de fadas,
Princesas desfalecidas...
Em que o final é:
“E eles foram felizes para sempre!”
Não existe...
O medo aqui dentro persiste!
A rotina é dura e vil...
Passam as horas,
Negra aurora.
Agradecendo por mais um livramento,
Triste esse lamento.
Nesse estado pueril.
Quantas vezes eu pedi...
Restando as pisadas migalhas,
Onde se deram as falhas?
Em nome de quem preciso continuar a pedir?
A quem eu poderei persuadir?
Será que alguma alma intercedera?
Que algum dia, isso acabará?
São inúmeras pessoas envolvidas em sofrimento...
Quando acabará nosso descontentamento?
Parece que foi a última vez...
Nada de revés...
Em que vi o meu olhar.
Antes iluminado...
Em um corpo caído.
Falta de ar...
E agora enegrecido pela luz cinzenta,
Que emergi pela porta,
Que vai embriagando todos os sentidos.
Seguindo em labirintos... Perdidos.