Versos Alados
Vai andando num divagar solitário
por um falso vazio.
Vai como que vasculhando o cérebro
em busca de filosofias.
Ali encontra-se com as teorias,
imaginando suas realizações.
Deixa a criatividade viva,
tentando dar ao virtual
tom de realidade.
São letras que se organizam em frases
e estas ordenam-se em textos.
Seja poesia, seja prosa,
ali é semente de futura imagem.
Trabalho inspirado pelo silêncio
e na quietude das vozes das ideias.
O presente perde-se
entre passado e futuro,
surge irritação.
São como que grandes novidades
de um tempo que já se foi.
Lembranças do desejo
de virtudes irrealizadas
que insistem em viver.
Antigos sonhos vertidos em ideais
que aguardam o momento de nascer.
Nisto existe um delírio
de um cérebro inquieto,
uma alta febre de pensamentos.
O tempo eterno observa o relógio cotidiano
empurrando lentamente as horas.
A atenção se dispersa,
fica ali perdido nos afazeres do dia-a-dia.
O espírito sente-se ludibriado pelo corpo.
E o corpo quer fugir do espírito.
Um quer apenas viver a vida,
enquanto o outro quer entendê-la,
quer libertar-se.
Nascedouro de um conflito,
mas a alma é mais forte,
impõe a sua vontade.
Fecham-se então, as pálpebras,
mergulha-se num voo pela intimidade.
Um diferente universo,
tudo se movimenta rapidamente,
tudo é tão intenso.
Abandona-se o aconchego do cotidiano
para andar pela história humana.
Vê como se estivesse além do seu tempo,
observa os risos e as lágrimas.
Reconhece o movimento das sociedades
a carregar os seus indivíduos.
Tenta identificar um mecanismo motor,
enche-se de muitas dúvidas.
Qual seria a real distância para as respostas
que tanto necessita?
Por não sabê-lo, recorre à ironia,
diverte-se consigo, faz troça.
Critica-se por sua arrogância científica,
vê-se como soldado que se pensa general.
Deixa-se livre para as fantasias,
imagina-se caindo ao tropeçar nas ilusões.
Uma espécie de drama com tons de comédia,
para depois ficar cheio de melancolia.
Ganhar uma face com traços maduros
que lhe espantam os fulgores juvenis.
Constatar que em seu coração
acasalam-se tristeza e felicidade.
Descobrindo-se dividido,
mas conseguindo ver virtude
nesse estranho estado.
Buscando muito por respostas,
mas, momentaneamente,
apenas achando caminhos.
E por estes quer andar,
quer saber os segredos do sol
e das grandes eclipses.
Quer desvendar o que está oculto
no acasalar das noites com os dias.
Querendo encontrar um secreto portal
para perder-se entre auroras e crepúsculos.
Enchendo-se de sagrada inspiração,
tendo por um instante a certeza de ser divino.
Ficando emocionado com sua filiação celestial,
imaginando ser possível ligar para o céu.
Mas novamente pousando na realidade
ao encontrar o telefone ocupado.
Vai andando num divagar solitário
por um falso vazio.
Vai como que vasculhando o cérebro
em busca de filosofias.
Ali encontra-se com as teorias,
imaginando suas realizações.
Deixa a criatividade viva,
tentando dar ao virtual
tom de realidade.
São letras que se organizam em frases
e estas ordenam-se em textos.
Seja poesia, seja prosa,
ali é semente de futura imagem.
Trabalho inspirado pelo silêncio
e na quietude das vozes das ideias.
O presente perde-se
entre passado e futuro,
surge irritação.
São como que grandes novidades
de um tempo que já se foi.
Lembranças do desejo
de virtudes irrealizadas
que insistem em viver.
Antigos sonhos vertidos em ideais
que aguardam o momento de nascer.
Nisto existe um delírio
de um cérebro inquieto,
uma alta febre de pensamentos.
O tempo eterno observa o relógio cotidiano
empurrando lentamente as horas.
A atenção se dispersa,
fica ali perdido nos afazeres do dia-a-dia.
O espírito sente-se ludibriado pelo corpo.
E o corpo quer fugir do espírito.
Um quer apenas viver a vida,
enquanto o outro quer entendê-la,
quer libertar-se.
Nascedouro de um conflito,
mas a alma é mais forte,
impõe a sua vontade.
Fecham-se então, as pálpebras,
mergulha-se num voo pela intimidade.
Um diferente universo,
tudo se movimenta rapidamente,
tudo é tão intenso.
Abandona-se o aconchego do cotidiano
para andar pela história humana.
Vê como se estivesse além do seu tempo,
observa os risos e as lágrimas.
Reconhece o movimento das sociedades
a carregar os seus indivíduos.
Tenta identificar um mecanismo motor,
enche-se de muitas dúvidas.
Qual seria a real distância para as respostas
que tanto necessita?
Por não sabê-lo, recorre à ironia,
diverte-se consigo, faz troça.
Critica-se por sua arrogância científica,
vê-se como soldado que se pensa general.
Deixa-se livre para as fantasias,
imagina-se caindo ao tropeçar nas ilusões.
Uma espécie de drama com tons de comédia,
para depois ficar cheio de melancolia.
Ganhar uma face com traços maduros
que lhe espantam os fulgores juvenis.
Constatar que em seu coração
acasalam-se tristeza e felicidade.
Descobrindo-se dividido,
mas conseguindo ver virtude
nesse estranho estado.
Buscando muito por respostas,
mas, momentaneamente,
apenas achando caminhos.
E por estes quer andar,
quer saber os segredos do sol
e das grandes eclipses.
Quer desvendar o que está oculto
no acasalar das noites com os dias.
Querendo encontrar um secreto portal
para perder-se entre auroras e crepúsculos.
Enchendo-se de sagrada inspiração,
tendo por um instante a certeza de ser divino.
Ficando emocionado com sua filiação celestial,
imaginando ser possível ligar para o céu.
Mas novamente pousando na realidade
ao encontrar o telefone ocupado.