Solitário



 
E tanto querendo buscar
E pouco conseguindo encontrar.
Temendo pelo próprio destino,
Sentindo estar de todo enganado.

Tudo pela integridade da consciência.
Mas lutar por qual motivo, afinal?
Existe algo que de fato valha o esforço?
Viveria uma ilusão de onipotência?

E quanta insensata rebeldia...
E com que força lutar contra o cotidiano?
E que com que agressividade atacar as horas?
Rompendo com a insana escravidão.

O cotidiano é tirano absolutista.
Tudo quer para nutrir o seu ventre.
Quer dar vida apenas ao corpo,
Quer anular a força que vai na alma.

E quando menos se espera,
Já é tarde demais.
Já passou o tempo de ser,
É hora de apenas obedecer.

Percebendo vigorosa liberdade,
Pressentindo um terrível perigo.
Rindo ao andar na corda banda,
Zombando da profundidade do abismo.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 13/10/2019
Código do texto: T6768098
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