Aborto de um sonho...

Meus sonhos abortaram-me para uma realidade gelada e cruel.

Vi-me novamente nas estradas amargas como fel.

Lágrimas lavavam-me a face endurecida e triste sem mais esperança.

Agora encontrava-me afogada por elas como num mar de intolerância.

Durezas da vida esperavam-me como outrora.

Eu ali sem nada poder fazer por hora.

Já havia experimentado todas as dores que que a vida me oferecera.

Sem pensar que havia ainda uma guarnição que se escondera.

Ah!!

Nem sei se aguentaria...

Diante das dores que estavam por vir.

O silêncio se fazia presente.

Meu coração nada contente

batia mais rápido que uma torrente

arrastado por uma corrente

aos mares da mesma solidão hostil.

Novamente só eu atravessara as portas da ilusão

para entrar em seguida em profunda depreciação.

Enfim...

Só.

Dizia eu de mim para mim...

...E aí?!...

Aliás a solidão já por muito ensinara-me falar com o espelho de m'halma.