O pássaro que não sabe voar

Pode ter sido criado em um aconchegante ninho.

Onde tudo parecia ser tão seguro e calmo,

Nem sequer poderia se preocupar em estender as asas para o mundo, já que dentro desse refúgio se sente seguro,

Onde não precisa estender o vôo ao mundo.

Tolo pássaro que achava que não precisará lidar com as tempestades, os predadores, e até mesmo os caçadores que rodeavam em sua zona de conforto.

Ele sabia perfeitamente que estava sozinho,

Não tinha guia, nem poderia se esconder para sempre pelo medo dessas terríveis mudanças.

Não tinha quem pudesse lhe ajudar a levantar as suas asas.

Ele estava apenas sozinho, esperando que a amarga tempestade se passe.

Até lá, estará refugiado em seu próprio ninho, sem nem sequer ter a coragem de sacudir as suas asas.

Asas frágeis e mergulhadas pelo puro medo.

O pássaro tinha medo de tudo: dos predadores, ou das tempestades.

O puro temor de não ser capaz de voar igual aos demais, de não conseguir sobreviver as dificuldades.

Era um pequeno covarde, fugindo do lúcido céu azul.

O brilho daquele céu apenas o cegava, o incomodava porque sabia que não era capaz de sair das sombras, dono de seu próprio cativeiro.

Do que adianta ter essas tolas asas?

De todas as formas, continua sendo um tolo pássaro que não sabe voar.

Apenas acaba decaindo em suas inseguranças e incertezas

Perdendo as suas cores, onde suas penas perdem a validade.

Mesmo solitário, continuava a cantar

Uma doce melodia de pura lamentação,

A procura de ser salvo de seu próprio refúgio.