Quem sou eu?
Entre mistérios e punhos perdidos
Eu sou o que me fizeram
Não sou o que sei de mim
O que restou não resta nada
Me perdi na minha estrada
Procurando algum afeto
Sou retalhos de heranças ancestrais
Surtos que voltam atrás
Do meu passado traumático e ameno
Cansado
Antigo
Sereno
Me torno fruto de quem me furtou
Não dou passos paro o voou
Não sei quem fui e onde estou
Atiro em mim a tua flecha
Julgo o que teu olhar contesta
E me rendo de joelho em pés de quem fala
Imploro,
Me cala!
Sou por ti
Por mim sou nada
Fui então quem não quero ser
Dependo da tua esperança
Da fala que a mim tu lança
A tua espada
Soterrada em desejos que não são meus
Para mim eu disse: Adeus!
E dou quem tudo queres de mim ter
Para amar
E não doer
E Sozinha nunca morrer.
Sozinha não sou, não quero ser.