Por favor, levem-nos daqui
Quais tristes cães sem dono
cruéis dias nos orfanatos
trágicas vítimas do abandono
à adoção pobres candidatos.
De nossos pais nada sabemos
Nem da família, do nosso lugar
Rudes razões ao desdenho
Não temos por nos alegrar.
Dias cinzas, tão sós e iguais
Tratam-nos com desdém
Infantes sofridos, marginais
Isolados, somos frágeis reféns.
Mas a luta tenaz persevera
Corações aflitos de crianças
Longa e angustiosa espera
Límpidos rios de esperanças.
Sonhada liberdade há de chegar
Nosso justo resgate afinal
Longe daqui, em qualquer lugar
Um tratamento fraternal.
Por favor levem-nos daqui...