Galope
Eu não desejo cantar para você
Meu canto é pranto para ninguém ouvir
Meu canto é grito para as estrelas.
Meu canto é para o céu, o mar, a solidão e os ventos.
É para o selvagem que cavalga em meu peito
É para minha solidão.
Minha dança não é para você
E mesmo que o deixe assistir
Você nunca a terá
E nunca a entenderá
Porque meu corpo é cavalo selvagem
galopando nos campos infinitos da minha imaginação
Ele só é completo na solidão da minha existência...
Eu nunca poderei compartilhá-lo.
Você até poderá montá-lo mas não posso prometer
que ele não lhe desmontará e lhe fará cair em súbito instante.
Não há como garantir-lhe segurança.
Você não terá a parte mais profunda do meu coração
A chave dele está guardada
E eu não vou lhe dizer como achá-la - descubra sozinho!
Correndo o risco de perder o trem
Meu coração é livre e salta no desconhecido,
na sombra se completa.
Há sempre aquela parte mais funda para ir
A última chave nunca é a definitiva
E eu estou profundamente dentro dele.
Meu medo de perder já foi longe de mais.
Meu medo de perder-te faz com que eu perca a mim.
Há algo mais aqui para viver, há algo em mim para recuperar.
Há esse galopar livre gritando em meu peito e pedindo para expulsar...
Eu não posso deixar-me escapar.