Não me toque
NÃO ME TOQUE
Não me toque
Não me toque, por favor...
Por que dói?
Dói-me a realidade, acordar?
Levantar, dói-me o Sol
Não o deixe-me atrapalhar
Meu sonho de paz
Não me toque
Agacho –me, escuto o silêncio, escondo-me da luz
Vejo uma flor que me vê
Num asfalto, a beira do meio fio
À sombra sentindo dor
A luz me ofusca, os sorrisos me doem
Por favor, não me toque
Sufocados pelo asfalto
É um assalto – o que temos que escutar?
Não me toque – ela diz
Não me toque – eu grito
Grito, sinto tão alto
Ela grita comigo, grita mais alto e as pétalas caem
Sentimos a mesma dor
Só que dali ninguém sai.
Deixem-me em paz (Deito na calçada)
Deixem-nos em paz, nosso refúgio de dor
Eu e a flor
No asfalto é um assalto
Nos levem da dor
Nos levem a dor
Ela se aperta entre o horror
Do nascer entre o sufoco
Eu me aperto no Desamor e a cada minuto
Pouco a pouco
A gente se torna uma criatura só
Só
Só
Sozinha
Em pó.
Eu grito, ela grita, eu sinto, sente ela, a gente dança
Num universo
De carros, pessoas desconhecidas, desesperanças
Rostos ameaçadores, cheiros terríveis
Odores do passado, lembranças esquecidas, erros
Terrores, casamentos, raízes que não se findaram
Pensamentos, pensamentos, pensamentos, agonias
Dor de barriga, suores, tremores, palpitações que nunca se vão
Pétalas caindo, folhas amarelando, ressecando
Aperto no peito, sentindo falta de ar
Dor no coração
Ajoelho-me ela se curva
Deito-me no chão e choro ela treme a noite nos colore de escuridão
Tento gritar – o som é mudo
Ela tenta me olhar – no escuro
Olho preto em branco
Amarelo velho
Sangue vermelho – nos deitamos
Numa mesma sentença
Cada cabeça
Cada vida rejeitada
No fio de uma espada
Escondida nunca resgatada
Voltaremos ao lar?
Errados, nascidos atrasados,
Esquecidos, amarrados
Em qualquer lugar.
Eu queria parar de chorar, mas não consigo...
- Acho ridículo chorar escondido, no quarto, sozinho, na escuridão
Mas essa é a única opção...
Mas...
Seja forte...
Dir Lopes
NÃO ME TOQUE
Não me toque
Não me toque, por favor...
Por que dói?
Dói-me a realidade, acordar?
Levantar, dói-me o Sol
Não o deixe-me atrapalhar
Meu sonho de paz
Não me toque
Agacho –me, escuto o silêncio, escondo-me da luz
Vejo uma flor que me vê
Num asfalto, a beira do meio fio
À sombra sentindo dor
A luz me ofusca, os sorrisos me doem
Por favor, não me toque
Sufocados pelo asfalto
É um assalto – o que temos que escutar?
Não me toque – ela diz
Não me toque – eu grito
Grito, sinto tão alto
Ela grita comigo, grita mais alto e as pétalas caem
Sentimos a mesma dor
Só que dali ninguém sai.
Deixem-me em paz (Deito na calçada)
Deixem-nos em paz, nosso refúgio de dor
Eu e a flor
No asfalto é um assalto
Nos levem da dor
Nos levem a dor
Ela se aperta entre o horror
Do nascer entre o sufoco
Eu me aperto no Desamor e a cada minuto
Pouco a pouco
A gente se torna uma criatura só
Só
Só
Sozinha
Em pó.
Eu grito, ela grita, eu sinto, sente ela, a gente dança
Num universo
De carros, pessoas desconhecidas, desesperanças
Rostos ameaçadores, cheiros terríveis
Odores do passado, lembranças esquecidas, erros
Terrores, casamentos, raízes que não se findaram
Pensamentos, pensamentos, pensamentos, agonias
Dor de barriga, suores, tremores, palpitações que nunca se vão
Pétalas caindo, folhas amarelando, ressecando
Aperto no peito, sentindo falta de ar
Dor no coração
Ajoelho-me ela se curva
Deito-me no chão e choro ela treme a noite nos colore de escuridão
Tento gritar – o som é mudo
Ela tenta me olhar – no escuro
Olho preto em branco
Amarelo velho
Sangue vermelho – nos deitamos
Numa mesma sentença
Cada cabeça
Cada vida rejeitada
No fio de uma espada
Escondida nunca resgatada
Voltaremos ao lar?
Errados, nascidos atrasados,
Esquecidos, amarrados
Em qualquer lugar.
Eu queria parar de chorar, mas não consigo...
- Acho ridículo chorar escondido, no quarto, sozinho, na escuridão
Mas essa é a única opção...
Mas...
Seja forte...
Dir Lopes