Perdas
Perdi o tempo,
perdi o espaço,
perdi o nome,
perdi a graça,
perdi o sono,
perdi a pele,
perdi as carnes,
perdi os ossos...
perdi o espaço,
perdi o nome,
perdi a graça,
perdi o sono,
perdi a pele,
perdi as carnes,
perdi os ossos...
Perdi os mínimos,
perdi a medula,
perdi o sol,
perdi a contextura...
perdi a medula,
perdi o sol,
perdi a contextura...
E, de tanta ausência,
de tanto nada,
de tanto vago,
de tanto só,
caí do pedestal.
Assim, fiz minha figura,
fiz-me ao meu dissabor e incoerência,
à minha ânsia e incompetência...
Um ser de nada, um ser sem nada.
Isto sou eu!
fiz-me ao meu dissabor e incoerência,
à minha ânsia e incompetência...
Um ser de nada, um ser sem nada.
Isto sou eu!
E me satisfaço...