AURA DE TANTO FAZ

Os vidros encerrados no caixilho

Daquela água-furtada escondiam

Ou, será, faziam era estribilho

da solidão a qual não respondiam?

Senhor Aquiles sempre acusado de orgulho

Só recebia luz provinda da claraboia.

Existência apagada sempre sob mergulho

Em lembranças de sua própria Troia.

Dizia-se :"Cada qual com sua cruz e fardo"

porque de dores fogem poetas e bardos.

Tudo muda, neste caso o bujão de gás

Encarregou-se de punir tanto tanto faz...

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 15/07/2019
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