Ruídos de quem sou

Uma enorme tropa de vocábulos se entoca em minha mente

E faz dela o deleito

A força retiro meras palavras

Entre tantas milhares

E sobre cada chão

Sobre cada céu

Habita o sentido da vida

De cada convicção.

Em meu céu vejo as estrelas imunes ao vento

Que brilham por obrigação

E iluminam os deformadores que habitam o planeta

Não muito desde o chão

Desci

Para juntar-me aos demônios

Tão calados

Mas somente me deu dor no olhos

Encarar o desprezo com que me olhavam

O desgosto.

Deprimida vida isolada das demais

Vida que não se mistura as demais

Vida que vive sozinha

Por si

Vida denominada solidão.

O frio congela por fora todo o ser

E na essência

Rodeado de malditos sentimentos

Encontro-me

Perdido

Sobre tamanha grandeza

Deitado sobre uma pilha de pecados

Ainda sim

Buscando inconscientemente a fluidez

A pureza

Afim de enfim anuir-me a felicidade.

Entocado nesta caída vetusta caverna

Conversando comigo mesmo

Dia... pós dia

Anárquico

Enxergo tudo

Exceto eu

Por que não sobrou muito de mim para ver

Enxergo a dor

Aqui

Comigo

E consigo escutar um grito de aflição

Vindo do espelho

Em que pude-me ver pela última vez

E não há mais nada para se escutar

Tudo que restava escutei sobre o silêncio

Ruídos...

De quem eu sou.

Dmitry Adramalech
Enviado por Dmitry Adramalech em 09/07/2019
Código do texto: T6692377
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