Ruídos de quem sou
Uma enorme tropa de vocábulos se entoca em minha mente
E faz dela o deleito
A força retiro meras palavras
Entre tantas milhares
E sobre cada chão
Sobre cada céu
Habita o sentido da vida
De cada convicção.
Em meu céu vejo as estrelas imunes ao vento
Que brilham por obrigação
E iluminam os deformadores que habitam o planeta
Não muito desde o chão
Desci
Para juntar-me aos demônios
Tão calados
Mas somente me deu dor no olhos
Encarar o desprezo com que me olhavam
O desgosto.
Deprimida vida isolada das demais
Vida que não se mistura as demais
Vida que vive sozinha
Por si
Vida denominada solidão.
O frio congela por fora todo o ser
E na essência
Rodeado de malditos sentimentos
Encontro-me
Perdido
Sobre tamanha grandeza
Deitado sobre uma pilha de pecados
Ainda sim
Buscando inconscientemente a fluidez
A pureza
Afim de enfim anuir-me a felicidade.
Entocado nesta caída vetusta caverna
Conversando comigo mesmo
Dia... pós dia
Anárquico
Enxergo tudo
Exceto eu
Por que não sobrou muito de mim para ver
Enxergo a dor
Aqui
Comigo
E consigo escutar um grito de aflição
Vindo do espelho
Em que pude-me ver pela última vez
E não há mais nada para se escutar
Tudo que restava escutei sobre o silêncio
Ruídos...
De quem eu sou.