Renaci

Naveguei,navegando em ondas bravias,

Pouco restava do resto que já me faltava;

As horas iam-se passando, com o passar sentia-me dominado,

Pela sede e fome que aos poucos me enfraquecia;

No enfraquecer da carne, sendo obrigado,

Da própria tirei-me o sustento e do sangue o sofrimento;

Não sicatrizando e não havendo outra alternativa,

No centro daquela imensidão, vendo que a terra não alcançaria;

Forçado fui, pelo medo e frio a morte implorar,

Rejeitou-me;

Morri,

Sem ela me aceitar;

Renaci,

Das profundezas do mar;

Com a velocidade dos ventos,

Na paciência da terra e sabedoria dos tempos;

Renaci,

Para não mais falecer...

Mirão da Estrada