Rosas e Erosões
Bobo coração,
Por que essa velha solidão te faz tão bem?
Por que você espera pelo novo cheiro?
Por que parto quando devo ficar?
Quando torno-me a me achar é quando você busca o novo caminho
A nova trilha...
Na Via Crucis que sigo
É tu o responsável pela dor
É tu o responsável pelo que me há de bom.
E brigo com teu riso acalantando-te em meus braços,
Todavia o que era afeto
Torna-se o veneno que sufoca e tortura-me as entranhas.
É pela amação exagerada
Que me perco nos traços de teus vastos campos,
Repletos de cores e labirintos mil.
O que é bom, então? Não sei mais...
E a fúria dessa imensidão complexa de tudo que sinto,
Arrebata-me os olhos
Num qualquer atlântico de águas salinas que percorrem-me o rosto...
E teimo em buscar a beleza na rosa que murcha,
No sol que se põe hoje.