VAZIO LEITO
Quem sabe porque somos
O que não gostaríamos de ser.
Um pouco de vida
Um tanto contida
Tão escondida
Por ser incompreendida.
Cada um no seu canto
Nem percebe o meu pranto
Que jorra na cama
Em que só me deito
No meu vazio leito
Afago meus travesseiros.
Restaura-me os desejos
Dos ardentes querer
Mesmo assim, almejar e não ter.
Tão linda, tão bela, tão mulher
Harmônica forma e interior
Mais uma noite esvai-se.
Almas distorcidas e distantes
Travando caminhos errantes.