Não estou só, quando só estou. Solitude não é solidão !
Noite fria
Distante de tudo e de todos
Em meio a um silêncio extremo
A solidão me faz companhia, não estou só.
Almejo minhas realizações inatingíveis
Lua cheia oculta mistérios! Vejo-a da janela do meu quarto:
Meu esconderijo, meu refúgio, minha fortaleza!
A solidão me faz companhia, não estou só.
Reflito sobre minha existência
neste mundo de aparência
Não há amor, não há sonho, maligna é a realidade
Onde estás tu ó Verdade?!
Não há respostas, não há vozes, não há sorrisos
Há apenas a ausência, a omissão e a indiferença!
improfícuas são as súplicas aos deuses-mitos
Pois seu mais genuíno atributo é a inexistência
A solidão me faz companhia, não estou só!
O dia nasce...
Vozes, sons, presenças surgem...
Estou entre multidões...
Ninguém se assemelha a mim!
Sou distinto.
Sinto-me só: a Solidão me abandonou!
Maikon Jekson, 20/04/1996