Ao ver-me.

eu,

que tão pouco apresso tenho,

nesse escuro escondo-me,

da alcunha que amendronta,

fujo mais uma noite,

em desespero, em desespero...

não quero que me vejam,

de medo morro desses olhares que julgam,

olham a capa e cospem no conteúdo,

para qualquer um,

é notável meu desgosto pelo mundo,

segredo também não é,

que procuro uma fuga pelas portas dos fundos,

sozinho? eu nunca...

devem de alguma forma,

divertir-se ao ver-me,

esse verme,

que na terra entra,

se distrai dos planos,

pensa diferente,

mal parece humano...

segredo também não é,

que procuro uma fuga às escondidas,

sozinho? eu sei...

ao final da reflexão,

mostro-me como covarde,

incapaz de descontruir,

as vezes mal posso reagir,

penso tanto em fugir...

por medo desses olhos,

medo desses julgamentos,

sei que dirão o que não sou,

mas ao perpetuar e disceminar,

esse eu,

tornará a ser oque teme,

e esse verme a terra volta,

e procura aquela porta...

sozinho? eu, sempre...