Dentro de mim

Prolifera, mas não me consome

Sigo em um trajeto desnecessário

Pois já não os vejo, nem a mim

Desconheço-me a cada segundo

Faço-me em passos curtos

Chego em um lugar escuro

Asfalto frio e úmido

Luz desvaída que não me aquece

Nítido abismo povoado

De pessoas sem sentido que

buscam o sentido de um lugar incolor.

Procuro encaixar-me entre eles

Pois não quero saber o porque

Quero companhia

fundir-se é necessário.

A relva florida é ofuscada,

Os pássaros sucumbiram depois de tudo

A população lamenta a partida da luz

Eu choro por ser ignorado

Nada me contesta, ignoram-me

Buscam o porquê

Eu busco ajuda

Não prolifera, agora me consome

Sigo em um trajeto sem volta

Pois já não os sinto, nem a mim

Desprezam-me a cada segundo

Faço-me em passos rápidos

Chego em um lugar sem vida

Desprovido de asfalto e frio

Vejo a luz emergindo no fim.

Quem dera fosse apenas poema

O que acontece dentro de mim.

Edcleitoun Fernández
Enviado por Edcleitoun Fernández em 28/05/2019
Reeditado em 08/11/2022
Código do texto: T6659078
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