Dentro de mim
Prolifera, mas não me consome
Sigo em um trajeto desnecessário
Pois já não os vejo, nem a mim
Desconheço-me a cada segundo
Faço-me em passos curtos
Chego em um lugar escuro
Asfalto frio e úmido
Luz desvaída que não me aquece
Nítido abismo povoado
De pessoas sem sentido que
buscam o sentido de um lugar incolor.
Procuro encaixar-me entre eles
Pois não quero saber o porque
Quero companhia
fundir-se é necessário.
A relva florida é ofuscada,
Os pássaros sucumbiram depois de tudo
A população lamenta a partida da luz
Eu choro por ser ignorado
Nada me contesta, ignoram-me
Buscam o porquê
Eu busco ajuda
Não prolifera, agora me consome
Sigo em um trajeto sem volta
Pois já não os sinto, nem a mim
Desprezam-me a cada segundo
Faço-me em passos rápidos
Chego em um lugar sem vida
Desprovido de asfalto e frio
Vejo a luz emergindo no fim.
Quem dera fosse apenas poema
O que acontece dentro de mim.