UM POEMA À POE
Reino de asmas e miasmas,
Pântano lodoso sem charnecas,
Estado emocional de plasma,
Contrafeito, e ao som de rabecas.
Laços pouco a pouco feitos nós.
O nós cada vez mais despetalado,
O enfim sós tornado ao fim o só,
Tanto faz do certo e do errado.
Cheira mofo o cerne de minh'alma,
Orelhas de pau da sala até o quintal,
Fungadas de choro ante o cadáver
Que ao jazigo jaz em buquês de palmas
E nesta folha descrevo a lápis Faber
Reconciliado talvez da culpa pelo mal.