SORTE DE SOLIDÃO

A natureza de minha solidão

É sólida, desmancha-se no ar;

Marxista, socializa vazão

Para o pouco de acreditar

( O acre ditar das regras às cegas).

Uma solidão com vazios quânticos

De partículas subatômicas.

Há um oco, a alma não nega

E há um eco, estribilha cânticos:

Não há agudezas, eis a tônica.

Não é solidão de desesperado -

O desespero esperava, o meu não,

É desespero vítreo, não envidraçado,

Satisfaz-se com companhia de um cão

E não enxerga mais ninguém do lado.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 21/05/2019
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