SORTE DE SOLIDÃO
A natureza de minha solidão
É sólida, desmancha-se no ar;
Marxista, socializa vazão
Para o pouco de acreditar
( O acre ditar das regras às cegas).
Uma solidão com vazios quânticos
De partículas subatômicas.
Há um oco, a alma não nega
E há um eco, estribilha cânticos:
Não há agudezas, eis a tônica.
Não é solidão de desesperado -
O desespero esperava, o meu não,
É desespero vítreo, não envidraçado,
Satisfaz-se com companhia de um cão
E não enxerga mais ninguém do lado.