O olho azul vazio

Há um vazio no seu olhar

Não há a menor empatia

Ele é o oceano, o mar

Carregado de melancolia

Ele é um buraco negro

Que suga a energia de tudo por perto

Pelo medo eu me nego

À olhar para dentro desse deserto

Esse olhar me corrói

À deriva de me matar

Ele me desprepara e me desconstrói

Mas não me importaria em neles me afogar

O universo inexplorado, o medo do desconhecido

Suas ondas não transmitem sons

Eu devo ter me perdido

Nos diversos tons

De azul do seu multiverso

Cada tonalidade é uma pequena galáxia

Um mundo paralelo e inverso

Que reflete solidão e lástima

Eu sou um náufrago no meio do azul índigo

Do azul marinho, do azul turquesa

Do azul cobalto, do azul safira, nado e me fatigo

Fico perdido nessa delicada indelicadeza

Não há vida nesses olhos, não há luz

Esses olhos causam agonia, eles são mortos, frios

Nenhum resquício de humanidade, não há nada que reluz

Senão apenas a doce solidão do oceano azul vazio

(Poema dedicado ao personagem fictício Mei Misaki)

Natalia L A
Enviado por Natalia L A em 18/05/2019
Código do texto: T6650321
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