Face a Face
Na distância que tortura, dou a ti, o coração
E com leveza de uma pena, escrevo à mão
Linhas doces, outras, com acidez do limão
Vou justificando frases, e colocando crases
Sem saber ao certo qual seja essa intenção
Talvez, para que sinta, face a face, sensação
E o toque acarinhe o poema feito de oração
No deslizar da tinta, feche os olhos e abrace
O amor, que feito flor, perfuma essa estação
E o silêncio é o beijo dado por nossa solidão
Ferida aberta rompendo a carne, e a solução
É tinta, palavra, o olho no olho, e face a face.