“Fiquem, enfim”
Roma 07/04/2019
O Equilíbrio
Algo que às vezes
Parece tão longínquo
Desejo de muitos
Um sonho
Tão promíscuo
Logo ele
Que faz parte de mim
Assim diz meu signo
Os astrólogos
Mapas
Alguns amigos
E eu acredito
Mas então...
Porque ?
Porque é tão difícil
Mantê-lo aqui
Em mim
Que de zodíaco
Não entendo
Nunca entendi
Equilíbrio
Para não cair
Em precipícios
Para chegar ao início
Começando do fim
Fictício
Equilíbrio
Sem olhar para baixo
A corda balança
Dou mais um passo
Esqueço o circo
Entendo o caminho
Domino o que me doma
Respiro
Senhor de mim
Mas se olho para baixo
Desvio os passos
Dou voz ao que calo
Me vence o cansaço
Não por medo
Mas apego ao passado
Distraio
A platéia me engana
Piso em falso
Perco os sentidos
Ganham os desejos
Beijo à lona
Recomeço descalço
Ah Equilíbrio
Meu amigo
Como faz falta
Porque vem e volta
Vê se demora
Mas quando voltar
Esquece de partir
Equilíbrio
Hoje é domingo
Seja bem vindo
Não recordo dos sonhos
Mas ontem fui dormir
Sonhando contigo
E acordei
Mais uma vez
Nessa eterna
Nem tanto
Batalha
Luta dos sentidos
Contra meus inimigos
Alguns estão longe
E buscam por ti
Também por sentido
Por te possuir
Mas o pior
Não me deixa
Nem deixará
Continua aqui
Dentro de mim
Não importa onde eu vá
Música clássica me acalma
Mais um vez na sacada
Agora florida
Lindas lavandas
É primavera
Dias bons para quem ama
Quero aprender a amar
Enfim
Não
A música não toca
Não mais
Não em uma vitrola
A tecnologia
Agora é nova
Sutil
Suave
Perigosa
Pequenas coisas
Nos fazem;
Sentir
Olvidar
Ouvir
Iludir
Dormir fora de hora
Oh Equilíbrio
Não me deixe aqui
Não mais
Sozinho
Comigo
Com poemas
Tentações
E com seu pai
Desequilíbrio
Ele
Que às vezes
Bebe todo o meu vinho
Me leva a lugares
Distantes
Importantes
Mas frios
E sempre me deixa
Sozinho
No escuro
Sem livros
Vazio
Perdido
Foi ao te procurar
Que o conheci
Disfarçado
Escondido
Fingindo ser bom
Como o filho
Uma bela amizade
Algumas maldades
Prazeres
Desejos
Instantes instáveis
Falsos alardes
Mas preciso ir
Deixá-lo
Não que ele seja
Um amigo ingrato
Muito pelo contrário
Está em muitos
Dos meus retratos
Mas poucos o sabem
O reconhecem
Não podem o ver
Mas eu o senti
Disfarcei
O abracei
E sorri
Venha Equilíbrio
Façamos as pazes
Aqui tem espaço
Para tudo o que sabe
Mas vê se me invade
Reuni todas as partes
Me mostra sua arte
Organiza e harmoniza
Tudo aqui
Já fiz silêncio
Respirei
Meditei
Entendi minhas fases
Minhas dores
Saudades
Foi um inverno
Intenso
Sereno e severo
Tu sabes
Com conquistas
Inimagináveis
Seguirei
Meditando
Respirando
Silenciando
Realizando
Mas mudaram as paisagens
E quando penso que está próximo
Que serei como ti
Com os pesos em ordem
Equilibrado
Bem cuidado
Sentimentos estáveis
Tu desapareces
Foge de mim
Como uma miragem
Em meio ao meu deserto
Entre essas areias
E distrações
Sem fim
Tudo por que
Sinto a falta
De uma alma
Que não me lembro
Nem mesmo o nome
Mas me chama
Me maltrata
Me falta
Será?
Onde fica o Oasis?
Onde posso encontrá-la?
Ela espera por mim?
Me procura?
Existe enfim?
Será por quanto tempo
Sozinho
Essa estiagem?
Diga logo destino
Deserto
Inverno
Tempo
Travessia
Paisagem
Poderei encontrar minha amada
Sem perder o equilíbrio
A paz
A calma
E a vontade da alma
É dela que deveras sinto falta?
Deixei para trás
Toda a minha bagagem
Seguirei viagem
Me encontrarei
Te encontrarei
Tu existes
E não é
Só
Dentro de mim
E equilíbrio
Se for outra vez
Te imploro
Vê se a encontra
E a traga de volta
A mim
E fiquem
Enfim.