SOLIDÃO DAS PALAVRAS
O tempo molda no limo da terra
o jarro reluzente da flor solitária,
único enfeite da sala de estar.
Nele nada leva tanto tempo
como teve o tempo pra moldar,
nos dias como passatempo,
esculturando a joia rara secular.
Companhia dos dias vazios,
confidente das horas de falar,
quando havia muito pra dizer
sem ninguém pra escutar,
palavras perfumadas pela rosa,
inundando a casa vazia,
esperando a resposta chegar.