Bandolins
Ao som dos bandolins dourados
Dedilhados por dedos adocicados
Encontro-me em estase eminente
Pela sonoridade deveras atraente
Eis-me aqui, um expectador da vida
Que por sua vez segue mesmo sem mim
E o som que pode curar qualquer ferida
Vêm daqueles sagrados bandolins
A epifania de saber que há um além do além
Acolhe os pensamentos de quem acredita
Mas em contrapartida com o desdém
Há sempre os que não ouvem a verdade dita
Nesta linha tênue entre realidade e entusiasmo
Encontro-me nesse vórtice sem fim
Em uma sublime valsa triste com o acaso
Ao som dos dourados bandolins
Sou um sussurro em um alto-falante
Uma voz aguda em meio à multidão
Eis-me aqui, um expectador elegante
Tentando ter sempre a mesma visão
Os sons dos bandolins continuam a ecoar
Enquanto eu tento encontrar meu lugar
Aprecio a música e o melodrama
Sem querer levantar da minha cama
Não quero nada em troca da minha decisão
Apenas gostaria de ouvir um simples “sim”
Desejando que meu sofrimento não seja em vão
Por apreciar o som sagrado dos bandolins...
(Guilherme Henrique)