SOLIDÃO
CHORANDO NA CHUVA
Os trovões rebombam no silêncio da noite molhada.
Na vidraça escorrem lufadas de água cristalina e fresca.
Meu olhar perdido na imensidão da chuva divaga
Na busca de uma realidade irreal e saudosa...
Em cada clarão na noite escura as formas tomam forma
Nas sombras das árvores, nas negras nuvens...
Cada lágrima fecunda o chão úmido e mistura o clamor
Do amor com os rabiscos molhados da janela!
A saudade dela fica mais distante, quanto, mais adiante
Os raios vão indo embora, e, levando memórias de uma paixão
Que, veio forte como a tempestade, e, foi-se de repente
Deixando apena a bonança, e, uma profunda lembrança
De uma paixão tresloucada dessa noite molhada!
Últimos trovões deixam para trás divagações...
Leve brisa açoita a noite fria...
Raios ao longe denotam a infinita distância do que
Não mais voltará... Ela me faltará!
Resta-me, então, chorar na chuva... Misturar
Lágrimas com pingos a bater no vidro da janela...
E, em frenesi fazer-me lembrar dela!
Jose Alfredo