A noite e a metrópole

Da minha janela, fico a te admirar

A tua luz, o teu brilho ofuscando meu olhar

Parecendo estrelas na terra a se desenharem

Luzes se movendo pra todo lugar

Sob um céu nevoento estás a brilhar

Meus pensamentos vagueiam a procurar

Afugentando meu sono a imaginar

Em qual dessas estrelas irei te encontrar

A tua imensidão, os teus arranha-céus

Cravados de estrelas sob a luz do luar

Nos meus devaneios, te vejo sob um véu

Procuro teu rosto, sem encontrar

Das tuas pontes molhadas, espio

Vejo-te no espelho das águas do rio

Tua face estrelada sem véu

Toda iluminada, mas, parece um céu

Mas sei que também tens a escuridão

Nos becos, nos guetos, nos lugares onde esconde o pranto

Mas só vejo teu brilho em toda a imensidão

Com as estrelas e o céu formando teu manto

Tento fechar os olhos, me afastar

Livrar-me dos teus encantos no meu olhar

Todo esse brilho parece estar cravado

Fecho os olhos e te vejo, de olhos fechados

Sei que todo esse encanto vai acabar

Amanhã de manhã, quando o sol acordar

Clareando o dia, a vida, fazendo apagar

O teu brilho, fugindo bem devagar

Dina Paraguassú
Enviado por Dina Paraguassú em 05/03/2019
Reeditado em 26/09/2021
Código do texto: T6590361
Classificação de conteúdo: seguro