A noite e a metrópole
Da minha janela, fico a te admirar
A tua luz, o teu brilho ofuscando meu olhar
Parecendo estrelas na terra a se desenharem
Luzes se movendo pra todo lugar
Sob um céu nevoento estás a brilhar
Meus pensamentos vagueiam a procurar
Afugentando meu sono a imaginar
Em qual dessas estrelas irei te encontrar
A tua imensidão, os teus arranha-céus
Cravados de estrelas sob a luz do luar
Nos meus devaneios, te vejo sob um véu
Procuro teu rosto, sem encontrar
Das tuas pontes molhadas, espio
Vejo-te no espelho das águas do rio
Tua face estrelada sem véu
Toda iluminada, mas, parece um céu
Mas sei que também tens a escuridão
Nos becos, nos guetos, nos lugares onde esconde o pranto
Mas só vejo teu brilho em toda a imensidão
Com as estrelas e o céu formando teu manto
Tento fechar os olhos, me afastar
Livrar-me dos teus encantos no meu olhar
Todo esse brilho parece estar cravado
Fecho os olhos e te vejo, de olhos fechados
Sei que todo esse encanto vai acabar
Amanhã de manhã, quando o sol acordar
Clareando o dia, a vida, fazendo apagar
O teu brilho, fugindo bem devagar