por detrás dos olhos
Andava tonta de tanta flor
Das primaveras intensas de cor
E luz
E girassóis girando pelo mundo
Atrás do astro-estrela
Andava bêbada tropeçando
Nos próprios sonhos
No corpo que não adere a essa
Bastarda alma
Que calma escorre
Pelas ilusões banais
Sobre chuva,
Sobre outonos
Sobre as velas que queimam essências
Vaporosas
Cheirosas
E que me lembram
Tanto mar.
Tanto passado
Ressecado por lágrimas
Peço perdão
Mas a despedida
É inevitável
Não resta aceno
Não resta reticência
Não resta a decência
De se esquecer no armário
De aquecer os pés molhados
Da chuva
E se salvar das enxurradas
De medo e da inundação
De emoções
Diárias
Empilhadas
Atrás de meus olhos.