Ansiedade
Uma dor que desatina
Que transcende
Que tira o fôlego
Que extingue a esperança
Um fio de sensibilidade
Que tira o sono
Tira o chão
Desemboca em lágrimas
Ansiedade
Que fecha armários
Que incide em discussões
Que aperta o peito
Que levanta a alma
Ansiedade
Que mancha a pele
Que mancha os olhos
Que mancha o coração
Mancha a alma
Que treme o corpo
Que dói a cabeça
Que a pressão sobe
Desce
Ansiedade
Que faz calafrio
Que cala
Que faz frio
Queima
Alarde
Inflama
Ansiedade
Mesmo que doa
Um abraço resolve
A dor que aparece
Sem ser convidada
Sem ser bem vinda
E que por vezes
Mata
Mata por dentro
Mata por fora
Mata quem estiver por perto
Mata a esperança
Mata a bonança que um dia se fez
Ansiedade
Que faz caminhar
A beira do precipício
Do abismo bem fundo
Da montanha mais longínqua
Que faz pular
Se jogar
Na esperança rasteira
De um suspirar de vida
Que acalme o coração
Ou inverta em bonança
A ansiedade maltrapilha