A DAMA DO CAVALO BRANCO

Calvango nos outeiros,

no crepúsculo do sol,

se aconchega a nobre dama,

apeando o animal;

Adornada como noiva,

a noviça virginal,

descendeu ao meu encontro,

a zarpar do temporal;

Vindo em busca de guarita,

convidei-à para entrar,

dividi-lhe o guarda chuvas,

evitando-à de molhar;

Demandei sobre o seu nome,

com olhar de comoção,

ela retorquiu sorrindo,

o meu nome é Solidão;

Solidão era tão bela,

tão serena de se olhar,

Solidão era encanto,

era paz,era amainar;

Nos braços tangiam ventos,

mas não tangiam tufão,

eram brisas de acalento,

perfilhando o coração;

Chegou assim num repente,

empeçando o meu recesso,

difundiu-se o escarmento,

me moldou em um processo;

Apartou-me da tredice,

conduziu-me ao meu eu,

alongou-me do mundismo,

me aconchegou em Deus;

Enlevou-me na ledice,

e encetou a sapiência,

dominado pela flêuma,

aprendi a paciência;

Não foi nada antiquado,

cortejar a nobre donzela,

me senti faceiro e pleno,

mesmo estando eu e ela;

E ao findar de mais um dia,

logo após o temporal,

fui-me embora com a donzela,

no crepúsculo do sol!

Jeferson Siminato Oficial
Enviado por Jeferson Siminato Oficial em 09/02/2019
Reeditado em 09/02/2019
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