A PAZ QUE MEREÇO.

Solidão no copo de café,

Solidão que desconheço.

Solidão de vapor quente

Da qual eu me aqueço.

Solidão tão solitária,

Que do mundo me esqueço.

Só eu, somente eu

Sou a paz que mereço.

Solidão que me acorda

E foge em meu bocejo.

Solidão no rosto do espelho,

O qual me reconheço.

Solidão brilhante no sol,

Do qual me aqueço.

Eu, somente eu

Sou a paz que mereço.

Solidão que ensina a levantar

Em meio aos tropeços.

Ensina-me a ressuscitar

Quando em espírito, faleço.

Solidão faceira

Que não erra endereço.

Sozinha comigo mesma,

Sou a paz que mereço.

Solidão que fortalece

Quando me enfraqueço.

Solidão reflexiva

Onde melhor me conheço.

Solidão que aparece

Quando desapareço.

Meu abraço solitário

É a paz que mereço.

A solidão que me faz entender

A racionalidade que enlouqueço.

Solidão só me manda refletir,

E eu, claro, obedeço.

Solidão que me conserta

Quando me viro do avesso.

Assim, enfim

Torno-me a paz que mereço.

Que a solidão ecoa pela alma,

Não é nenhum segredo.

Seres humanos tão solitários

Não encontram a companhia neles mesmos.

Solidão que me traz silêncio

E ao Divino, agradeço.

Pois só assim, descubro em mim

A paz que tanto mereço.

Thaíssa Henrique
Enviado por Thaíssa Henrique em 07/02/2019
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