DOR

Vivo a dor dentro do peito

Mostra que não há nenhum jeito

Dela se acabar sozinha

Pois as lembranças de tudo

Penetra o grande escudo

E vem ferir a pobre alma minha

Vivo esta dor em desespero

Traz-me neste mísero cativeiro

Sem ter a liberdade sonhada

Como reagir agora quase sem fé

Se neste mar profundo não dá pé

Nestas águas profundas navegada

Quase morro sem saber onde chegar

É como um velho marujo ao mar

Que se perdeu pelo tempo esquecido

Quero voltar pelas rotas arriscadas

Mas sem luz não vejo mais nada

Mesmo sendo este velho aguerrido

A dor que penetra todo o meu forte

É mais soberana do que a própria morte

Que me faz tanto sofrer calado

Se fosse menos ferrenha que a vida

Não me deixaria sem saída

E não me manteria preso agrilhoado.

Charlis
Enviado por Charlis em 23/01/2019
Código do texto: T6557931
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