DOR
Vivo a dor dentro do peito
Mostra que não há nenhum jeito
Dela se acabar sozinha
Pois as lembranças de tudo
Penetra o grande escudo
E vem ferir a pobre alma minha
Vivo esta dor em desespero
Traz-me neste mísero cativeiro
Sem ter a liberdade sonhada
Como reagir agora quase sem fé
Se neste mar profundo não dá pé
Nestas águas profundas navegada
Quase morro sem saber onde chegar
É como um velho marujo ao mar
Que se perdeu pelo tempo esquecido
Quero voltar pelas rotas arriscadas
Mas sem luz não vejo mais nada
Mesmo sendo este velho aguerrido
A dor que penetra todo o meu forte
É mais soberana do que a própria morte
Que me faz tanto sofrer calado
Se fosse menos ferrenha que a vida
Não me deixaria sem saída
E não me manteria preso agrilhoado.