Tundra
Sinto meu coração congelando: tundra, vasta, rasa. Ainda funcional, cada pulsar remete à essa solidão impiedosa, que flagela meus dias com açoites diários de saudade, adubando terra morta, cheia de lembranças que não crescem, não amadurecem, morrem.
Solidão doutrinadora que deseduca minha ideia, forja moldes de ser e estar e assume as rédeas do que restou de mim: o pior, o indiferente.
Solidão que não respeita o verão, ignora as gramíneas surgindo com o nascer do sol,pequenas, frágeis e pavorosamente resilientes, que formam o véu que mantém o calor: a esperança.
Sinto meu coração congelando...