Aquele abrigo...

As águas estão perdidas

e o mar morto

exposto a todo céu

que por desgosto

apenas vê o barco

barrigando sobre a marola

que leva à praia.

Uma dor insólita

de um marinheiro sonhador

seco de carne

molhado de alma

náufrago dos sorrisos.

Nado para me achar vivo

e desse desespero fugindo,

pousando em qualquer outra praia

desenhada

que me sirva de bom bordo

e como seguro e alegre abrigo.