Quando me dopo
Abrigo em mim
Uma tempestade de emoções.
Que confusas assim
Habitam tantas desilusões.
Não revelo
A ninguém meus medos e anseios, eu os enterro
Não novelo
Os testes a queimar a pele com agravante ferro.
Apenas me dopo
Na esperança de adormecer e esquecer dores
Não cobro
De minha consciência memórias sem cores.
Talvez eu tome comprimidos,
Na desesperança ou esperança de morrer prematuro
Sanariam-se os momentos doidos?
Realmente não sei, as vezes os recorto e costuro.
Madrugadas de insônia:
Nelas combatos monstros internos
E na solitária vergonha
Os velo, nus sem ao menos dar-lhes um terno.