TEMPO E ESPINHOS

Ser solitário, vagando sem norte pelo destino.

Recordando os amores que se foram, mas guardados

Em valioso relicário, atenuante das dores e das

Feridas causadas por agudos espinhos.

Observando seu reflexo no espelho, percebe a carga

Do tempo que se acumula, sente a juventude que

Se dispersa e os jardins não mais tão floridos,

Jardins agora abandonados aos que ainda têm a alvorada.

Cansado de caminhar pelas estradas da solidão

E contemplando o horizonte nublado e cinza,

Nas lembranças busca força, tentando amar ainda,

Tentando compreender a distante paixão,

Para que o fim não seja tão dolorido.

Vicente Mércio
Enviado por Vicente Mércio em 14/12/2018
Reeditado em 14/12/2018
Código do texto: T6526820
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