TEMPO E ESPINHOS
Ser solitário, vagando sem norte pelo destino.
Recordando os amores que se foram, mas guardados
Em valioso relicário, atenuante das dores e das
Feridas causadas por agudos espinhos.
Observando seu reflexo no espelho, percebe a carga
Do tempo que se acumula, sente a juventude que
Se dispersa e os jardins não mais tão floridos,
Jardins agora abandonados aos que ainda têm a alvorada.
Cansado de caminhar pelas estradas da solidão
E contemplando o horizonte nublado e cinza,
Nas lembranças busca força, tentando amar ainda,
Tentando compreender a distante paixão,
Para que o fim não seja tão dolorido.