O Lobo e a Lua
Está frio no deserto
É noite de lua cheia
O lobo está desperto
Depois de sua ceia.
A alcateia está distante
Ele está sozinho
Dando passos errantes
Num ermo sombrio
O lobo se sente muito só,
Deita-se e lá mesmo descansa,
Do dia todo debaixo do sol.
No alto vê a lua, e se encanta.
A lua rasgando o manto
Escuro da noite e abre-se
Mostrando seu lindo luar.
A lua brilhando tanto,
Ele consegue força, sabe-se
Lá de onde, para levantar.
E quebrando o silêncio do lugar
O lobo forte começa a uivar
No mais alto de sua voz, a soar
Seu uivo para a lua escutar.
Ele espera uma resposta da lua,
Não ouve resposta em seus ouvidos.
Estaticamente calada, continua.
Insistiu até, no céu, o sol ter surgido.
Na noite seguinte, ele espera
Novamente encontrá-la.
Pensando que daqui, da terra,
Talvez possa alcançá-la.
Por isso uiva sem cessar,
Uma resposta espera ouvir.
O próprio eco de seu uivar
Não o faz querer desistir
De ver novamente a lua
Prateando a noite, intensamente,
Irradiando a beleza sua.
Uivando continuou eternamente.