ANDO À PROCURA DE MIM MESMO

Ando à procura de mim mesmo, não me encontro,

Corri o mundo, foi um permanente desencontro,

Não achei o que eu procurava, a minha bela amada,

Fiquei para sempre sem saber onde se encontrava.

Tantas terras, tantos lugares e esconderijos secretos,

Não vi vivalma, vi apenas bairros de mau aspecto,

Com casas vazias, sem vestígios de gente perdida,

Minha busca foi aturada, sem êxito, nada merecida.

Fiquei só neste pedaço de terra a ver se me achava,

Não me reencontrei, outra coisa não era esperada,

As invejas e perseguições foram uma vil constante,

Fui assim abandonado, sem ninguém, num instante.

A justiça tarda, vai chegar fora do tempo, atrasada,

Devia ser pelos seus erros, severamente castigada,

Mas os juizes corruptos ignoraram a pura verdade,

Sentenciando-me sem culpa formada, de maldade.

Não vale a pena andar à procura de mim mesmo,

Pois o crime anda à solta à procura duma presa,

Buscam por todo o lado, sem provas e a esmo

Receio o meu de me encontrarem ao anoitecer.

Ruy Serrano - 19.10.2018

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 18/10/2018
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