INCOMUM

INCOMUM

Tudo, já me é Ilusão.

Sempre só, sendo esquecida,

Alma inquieta, em combustão

A minha mente já endoidecida.

Se me resta, vida!

Talvez cansada ela dorme...

Apetecendo enternecida,

Uma esperança esvaída.

Dizem que cantar cura,

Alguns males do nosso ser.

Melodia triste sem brandura;

Até a alegria de mim, esmorecer.

Vês os meus olhos incautos,

Dum brilho se apagando?...

Mergulhados num céu alto;

Um breu, já se antecipando.

Dorme no peito meu coração.

Vive na lembrança uma dor,

Vozes caladas em oração.

Mas tudo passa...

Em mim já morreu!

Alegria que me és escassa;

Fantasmas do meu antigo Eu.

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 13/10/2018
Reeditado em 20/10/2020
Código do texto: T6475323
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