Carta Na Varanda
Chegou enquanto esperava na varanda.
A carta a espera, a carta a dizer: Não espere
por mim.
Uma vez a vi perto das ondas azuis, sobre
as areias frias de inverno.
As ondas pareciam dizer, o que você não
teve coragem.
Eu disse: Não sei se nasci pra bater ou
para apanhar da vida.
Eu desejo no fim de semana, apenas que tudo
isso se vá, como as andorinhas a migrarem.
Eles disseram o que eu já sabia e eu disse:
Eu quero o que eu sonho.
Os motivos deveriam deixa-la tranquila, eu sei.
Eu disse: Não sei se nasci pra bater ou para
apanhar da vida.
Posso velos na varanda, mas ninguém acenam,
em frente da casa, sim.
Não quero ficar, faça-me chorar.
Eu a vejo, oh, eu não sei por quer há
sempre algo a mais.
Eu quero me livrar de tudo isso, eu
não quero ficar.
O mundo me deseja e eu desejo o mundo.
E eu disse: Eu não sei se nasci para bater ou
para apanhar da vida.
Eu posso velos, todos na varanda, mas
ninguém acenam.
Fria tarde de inverno, eu não deveria ter
voltado.
Tudo que eu sei é que não quero ficar,
não, não quero ficar.
Não quero... não quero... não quero ... sim!