Sensatez
Nestes tempos tão sombrios,
onde o ódio domina ações,
violência rege os discursos,
quero manter minha sobriedade,
dirigir minha vida com cautela,
não virar alvo de extremistas,
há tantos cacos de vidro no caminho,
tantas farpas lançadas ao vento,
cercas de arame farpado espreitam,
preciso me desviar do que possa me ferir,
sobreviver para ver o próximo pôr do sol,
ser testemunha de que ainda há algum amor,
evitar o que me seduz para o outro lado,
silenciar a revolta que explode os sentidos,
acender uma vela nessa minha escuridão,
ser farol para quem estiver em perigo,
fazer do silêncio um protetor, um cobertor,
me aquecer nesse inverno de sentimentos,
está tudo mais estranho que o normal,
quando só se fala em armar para não amar,
eu que já não sou normal não posso me perder,
sair da estrada é tomar um rumo sem volta,
não serei o arauto de minha destruição novamente,
minhas sete vidas acabaram na última encarnação...