Literatura Morta
Sentado pelas margens de um riacho
Admirando o crepúsculo carmesim
Confiando minha vida em devaneios passageiros
Quando minha agonia demora a esvair
Nunca disse não ao que precisastes
Conformei-me de perder metade de meu caminho
A outra a neve fira escondeu
Labirintos de lembranças usurpam minha sanidade
Estou a um passo de voltar atrás
Quando fecho meus olhos e sinto sua pele
Sou um andarilho negado a poder dormir
Tento me controlar porem nada é real
Preso a uma cadeia de desilusões
Medo congela meu ultimo suspiro
Ao pé do último jardim da primavera
Trancafiado em um mundo de cristal
Paredes de espelho mantêm-me só
Meu coração bate o ultimo tic-tac
Os ponteiros se cruzam para sempre
Uma estatua de mármore aos pés da redenção
Uma alma selvagem que não conhecera o perdão
Um pôr-do-sol sem sua aurora divina
Um livro sem capa ou conteúdo
O caminho escondido pela neve nunca mais aparecera
Os espelhos partidos espalhados pelo cosmos
Uma canção solitária quando o sol nunca brilhar
Um lobo sem sua matilha que não conhecera o amor