Escuro
No escuro
Tomo um gole de cirrose
Agravo minha cifose
Peço ao caos mais uma dose
E a derramo na necrose
No que sobrou de sanidade
Dum garoto da minha idade
Que manipula sua verdade
Almejando uma equidade
Que ao infortúnio foi jogada
No azar fez morada
De radiante alvorada
Hoje não restou mais nada
E na densa realidade
Afaga-me, a saudade
Dos tempos de hombridade
Ante à solidão que invade
E intensa é minha neurose
Ponho-me em hipnose
Me levando pela gnose
Da profunda psicose
Do escuro