A solidão da rua
Num céu azul de doces nuvens,
A lua gritva, desesperadamente,
Por namorados e sonhos;
Os céus sonhavam as suas aves,
Morcegos e outros alados;
A mata, por mistérios e pelo verde;
Os rios e mares,
Sedentos por lagoas e igarapés,
Peixes, corais, algas...
Os desertos, por cascavéis, escorpiões,
Formigas...
Os pantanais reclamavam quatis, jaguatiricas
O onças jacarés ouriços,
As chapadas choravam as queimadas
E uivavam os seus ventos.
As caatingas, pediam os seus mandacarus,
Lagartos e outros bichos,
E lembrava o aboio triste do sertanejo
Que fora morar nas cidades.
E, por falar em cidades,
Elas, empedernidamente, gritavam
Um grito insano e sem nexo,
Que nenhum ser do universo entendia:
“Treze! Doze! Quinze! Vinte e cinco! Dezessete!
Quarenta e cinco...!