A solidão da rua

Num céu azul de doces nuvens,

A lua gritva, desesperadamente,

Por namorados e sonhos;

Os céus sonhavam as suas aves,

Morcegos e outros alados;

A mata, por mistérios e pelo verde;

Os rios e mares,

Sedentos por lagoas e igarapés,

Peixes, corais, algas...

Os desertos, por cascavéis, escorpiões,

Formigas...

Os pantanais reclamavam quatis, jaguatiricas

O onças jacarés ouriços,

As chapadas choravam as queimadas

E uivavam os seus ventos.

As caatingas, pediam os seus mandacarus,

Lagartos e outros bichos,

E lembrava o aboio triste do sertanejo

Que fora morar nas cidades.

E, por falar em cidades,

Elas, empedernidamente, gritavam

Um grito insano e sem nexo,

Que nenhum ser do universo entendia:

“Treze! Doze! Quinze! Vinte e cinco! Dezessete!

Quarenta e cinco...!

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 11/09/2018
Código do texto: T6445724
Classificação de conteúdo: seguro