SOLITÁRIO DE MIM MESMO
Viajando por entre os pensamentos que me rondam
e de vez em quando sonhando acordado,
penso no agora que estou vivendo, reflito,
reclamo do ontem que nunca vivi...
É que a dormida de corpos distintos
é a mesma que assola o juízo e me
faz cético por nada entender...
Solidão que chega e custa sair, e quando sai
depressa volta. Os corpos não se encontram,
eles são distâncias de quilômetros na fita
da espera. Percebo, não vejo, persisto, não
assumo. É que viver assim é como manga
que apodrece no pé sem que nenhum menino
o bote pro chão. É solidão das grandes
que nestas noites pensativas
me faz solitário de mim mesmo.