POR MEDO DE AMAR

Triste sina de um homem indolente

Que aprendeu de repente com a dor

Ele que teve de tudo e nada o satisfez

Pelo medo de entregar-se ao seu grande amor.

Caminhou sempre na riqueza e no poder

Pensando ser o melhor e o mais forte

Viu ruir sua tola indolência

E curvar seu orgulho diante a morte.

Viu a máscara de sua rocha desabar

Vendo o corpo ali no chão desfigurado

Daquela que em silêncio havia amado.

Tal qual rocha que Moisés tocou o cajado

Desatou em lágrimas e choros soluçantes

Farrapo de ser humano pelo mundo, errante.

Joel Marinho