TV Watcher(Poema 34)

Ondas de som geradas por grandes sinais elétricos

Passam por toda a sala... A tela multicolorida aumenta

A intensidade da luz da sala, as imagens dançam e cantam

Nos comerciais antigos, novos e ainda não produzidos.

Imagens delirantes em diálogos quase naturais e humanísticos,

Sons hiperacústicos movendo os olhos no estilo

Do sono profundo e catamórbido... Olhos vidrados

Naquelas imagens rápidas, dinâmicas, entretendo

Os primeiros sentidos de um humano devotado ao irracional.

Desenhos subliminares, personagens que jamais existirão

Na literatura secular, ideais distorcidos como pontes

Quebradiças, puras máquinas adentrando pelas mentes

Substituindo toda a neurobiologia são filtrados em

Microssegundos pela mente do ávido telemaníaco.

Correlações mostradas a eles em todas as avenidas

Da Vida... Quem ele é senão todas essas imagens

Que arremessam a ele todos os dias? Quem ele é senão

Um autômato hipnotizado em um mundo criado por pessoas

Quase reais, cansadas, e envolvidas com o maior domínio do mundo?

Nas imagens colocadas na frente do espectador,

Cada pensamento se torna uma ideologia viciosa,

Cada sentimento agora é um verdadeiro mundo-

Fortaleza, cada som para ele é como a mais deliciosa

Droga que entorpecerá todos os sentidos.

No espírito desfeito pelo constante adormecimento

Imagético, ele jamais conseguirá refazer o caminho

Natural e divino de sua alma que foi totalmente

Separada pelo mundo virtual e propagandístico!

Martin Schongauer
Enviado por Martin Schongauer em 29/08/2018
Reeditado em 08/05/2023
Código do texto: T6433355
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