TV Watcher(Poema 34)
Ondas de som geradas por grandes sinais elétricos
Passam por toda a sala... A tela multicolorida aumenta
A intensidade da luz da sala, as imagens dançam e cantam
Nos comerciais antigos, novos e ainda não produzidos.
Imagens delirantes em diálogos quase naturais e humanísticos,
Sons hiperacústicos movendo os olhos no estilo
Do sono profundo e catamórbido... Olhos vidrados
Naquelas imagens rápidas, dinâmicas, entretendo
Os primeiros sentidos de um humano devotado ao irracional.
Desenhos subliminares, personagens que jamais existirão
Na literatura secular, ideais distorcidos como pontes
Quebradiças, puras máquinas adentrando pelas mentes
Substituindo toda a neurobiologia são filtrados em
Microssegundos pela mente do ávido telemaníaco.
Correlações mostradas a eles em todas as avenidas
Da Vida... Quem ele é senão todas essas imagens
Que arremessam a ele todos os dias? Quem ele é senão
Um autômato hipnotizado em um mundo criado por pessoas
Quase reais, cansadas, e envolvidas com o maior domínio do mundo?
Nas imagens colocadas na frente do espectador,
Cada pensamento se torna uma ideologia viciosa,
Cada sentimento agora é um verdadeiro mundo-
Fortaleza, cada som para ele é como a mais deliciosa
Droga que entorpecerá todos os sentidos.
No espírito desfeito pelo constante adormecimento
Imagético, ele jamais conseguirá refazer o caminho
Natural e divino de sua alma que foi totalmente
Separada pelo mundo virtual e propagandístico!